Quase sempre perdidos
Quase sempre enganados
Perdidos, na escuridão
Enganados, pela imaginação
São da cor do céu
São como um denso véu
Céu, de uma infinita timidez
Véu, de uma incontida avidez
Neles existem segredos
Neles lêem-se medos
Segredos, de amor e paixão
Medos, das entranhas da solidão
Eles por vezes são objectores
Eles tantas vezes são desertores
Objectores, de uma consciência irrealista
Desertores, de um certo querer elitista
São como náufragos numa ilha
São como parte de uma partilha
Ilha, de mistérios desconhecidos
Partilha, de tantos sonhos perdidos
São meus…
São iguais aos teus
Meus, silenciosos e humildes olhos
Teus, profundos e fascinantes olhos
São os teus
Que os meus…
Te pedem para hoje os resgatares
Te pedem para eles sempre olhares!
“Os olhos são a janela da nossa alma e quem por eles ousar espreitar quiçá, dentro dela (a alma) muito de si, poderá lá encontrar.” (apollo_onze)
Escrito a 05/05/10 em:
Puttegarden (Alemanha)
Postado em:
Ebeltoft (Dinamarca)
7 comentários:
Lindo poema,e realmente os nossos olhos deixam transparecer como estamos, o que sentimos. Os meus são transparentes e qualquer um pode notar se estou bem ou não estou gostando da história,rsr... abração, tudo de bom,tomara chegue um pouco de calor por aí!chica
6 de maio de 2010 às 21:05
A respeito das almas, creio na imensa capacidade de identificação entre elas, que sobrevoam espaços, atingem infinitos para se abraçarem, chorar os mesmos choros, sorrir os mesmos sorrisos e se encontrarem iguais.
Caminhei por sobre muitos caminhos não entendida por outros e por mim, ignorada e mal interpretada por uns, indiferente para outros e, na vastidão dos desencontros, interroguei-me sempre por não ser igual, ave solitária entre todas as aves, figueira no meio da vinha, coisas assim.Descobri, então, com o advento da internet, outras almas além destas que conheço e convivo por aqui.E tornei-me cisne.Encontrei almas iguais e aprendi a mais me amar por ser assim. Na busca quase indecifrável do meu ser há um sonho que não consigo atingir porque me impede os gritos do mundo, tão cheio, tão agitado e tão vazio de mim.Por isso, também eu, quando leio os teus versos, sinto que eles falam sempre de mim e os teus comentários e o teu carinho me faz chamar-te de amigo, sim. Amo saber de amigos que não vejo e que me parece há muito conheci.Você é um destes a quem reservo no meu coração uma amizade sem fim.
E quando canto os meus versos, sonho os meus sonhos para mim, para todos os que amo, também para ti.
Bjs no coração, amigo.
6 de maio de 2010 às 21:44
Realmente os teus olhos são como que janelas abertas pelas quais podemos todos nós espreitar sem que tenhamos receio algum, de no interior delas algo depreciativo vir-mos a encontrar. E digo isto com toda minha sincera convicção pois já muitas vezes por elas olhei e só um lindo e generoso coração por lá sempre encontrei.
Está soberbo o teu texto alias diria até divinal ao que parece esses ares por aí são puro alimento para a tua tão requintada inspiração. Mas vê lá não te demores muito por aí para não ganhares raízes e assim deixares de ao nosso regressar e os teus imensos amigos consequentemente deixares também de os visitares.
Rápido regresso são os votos desta tua sempre amiga que todo o bem do mundo te deseja.
Beijinhos de saudade no teu lindo e generoso coração.
Ana Liza
6 de maio de 2010 às 22:05
Que lindos! São os teus olhos. São meigos como o teu coração. beijo
11 de maio de 2010 às 22:45
Olhos da cor do céu....que me despem
com loucura....e doçura...sem humilhar
mas ansiosos por me amar...e em meu olhar penetrar......
Obrigada pelo comentário no meu blog,
acho que exageradoooooo,mas amei.....
Vou voltar
Beijo
12 de maio de 2010 às 22:39
Se os teus olhos tem segredos...
Os meus não.
Eles me entregam, me colocam em má situação, a
minha alma é inquieta e sua boca não cala.
Demorei vir aqui te responder, mas não foi por mal não viu?
A minha vida está corrida,mas mesmo assim,acharei tempo para ler o teu blog.
Um grande abraço meu querido amigo
Gemária Sampaio
13 de maio de 2010 às 15:04
Tudo passa a correr, os sentimentos esses ficam despercebidos até que algo despoleta em nós o imenso amor que transportamos e nao dividimos, por isso eu te digo que dessas "janelas" passam voos rasantes de muito amor e, cego é quem não vê.
Um beijo, saudades...
20 de maio de 2010 às 18:27
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