quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Só a ti...



Ontem eu te conheci
Hoje estou tão distante de ti
Amanhã quiçá esteja unido a ti
Por isso…
Eu te prometo só a ti…

O fogo violeta da minha verdadeira paixão
A cascata ardente que jorra no topo do meu coração
Os jardins babilónicos suspensos na íris azulada do meu olhar
O mel transparente produzido aquando do meu tímido beijar
A brisa tropical oriunda do meu incontrolado e libido respirar
A melodia puritana produzida através do meu apaixonado palpitar

Ontem apaixonei-me por ti
Hoje sou louco por ti
Amanhã morrerei apaixonado só por ti
Por isso…
Eu te prometo só a ti…

A lua de Júpiter e o sol de Marte
O belo cavalo branco de Bonaparte
A ilha paradisíaca de Robinson Crusoé
As enigmáticas e majestosas pirâmides de Gisé
O maravilhoso farol de Alexandria
E todas as maravilhas do mundo, que eu cegamente a ti te daria

Ontem semi-anestesiado tudo isto, eu te prometi
Hoje bem desperto isso tudo, aqui transcrevi
Amanhã tudo isto continuará, guardado só para ti

Por isso…
Eu te prometo só a ti…
O meu louco amor, que noite e dia aclama por ti!





A.Soares (apollo 11)


SEM SENTIDO

Queria hoje ir até ao fim
De tudo e até de mim
Queria o inicio eliminar
Para o fim tentar modificar

Queria o meu próprio sol desenhar
Para num outro futuro, o por a brilhar
Queria os céus todos os dias surpreender
Com mil arco-íris sem uma nuvem negra se ver

Queria o universo numa mão ter
E na outra uma bela estrela acabada de nascer
Queria a lua de vermelho rosa pintar
Para na escuridão da noite, um pôr-do-sol eu deslumbrar

Queria o meu coração numa chave invisível transformar
Para todos os prisioneiros do silencio eu libertar
Queria uma solução eficaz nos manuais do amor aprender
Aquela que ensina amar, sem nunca a dor ter de conhecer

Queria hoje uma lágrima da minha saudade num deserto derramar
E amanhã, no lugar dela, um belo oásis eu, conseguir encontrar
Queria no Árctico do meu coração, uma fogueira acender
Para os meus cristais de gelo, em centelhas de paixão converter

Queria ser quem sou e não apenas ter que parecer
Pois não queria na minha sombra, nunca ter de me esconder
Queria o meu futuro por tentativa de extorsão hoje denunciar
Para ele amanhã, da minha ingenuidade, não voltar-me a chantagear

Queria num só sentido sem medo caminhar
Para na contra-mão da vida, com os meus erros, não ter de chocar
Queria aquilo que aqui escrevi, a um determinado sentido submeter
Mas SEM SENTIDO este texto terá objectivamente de assim morrer...

A.Soares (apollo11)

Diz-me tu!

Diz-me tu…
Se ao topo do mundo devo subir
Para aí;
Eu, meus íntimos desejos por ti aos quatros ventos depositar
Para eles, ao teu ouvido muito suavemente te segredar
Segredos que só tu e o teu coração secreto poderá decifrar
Aqueles que só um grande amor, os consegue eternizar.
Diz-me tu…
Se ao fundo dos oceanos devo submergir
Para aí;
Eu humildemente, ao rei Neptuno implorar
Para ele, todos os seus oceanos rebaptizar
E a todos eles, um só nome lhes dar
Aquele que só uma louca paixão, o consegue inventar.
Diz-me tu…
Se para o centro de um escaldante deserto, devo partir
Para aí;
Eu, com os rebentos dos meus sonhos um oásis plantar
Para durante o dia, com as lágrimas da minha saudade, o regar
E à noite, com os raios violetas da minha esperança o resguardar
Raios que só, uma alma demasiado incandescente, os consegue irradiar.
Diz-me tu…
Se nas grandezas dos meus sonhos devo, continuar a persistir
Se a voz do meu apaixonado coração devo, continuar a ouvir
Se os raios violetas da minha esperança devo, continuar a produzir
Ou se de ti devo, ingloriamente para sempre desistir…

A.Soares (apollo11)

Pensar em ti...

Pensar em ti…
É com estrelas cadentes o teu desnudo corpo enfeitar
É a lua com a cor dos teus olhos pintar
É cinco letras, eu solenemente ao teu ouvido soletrar
E tu abrires as portas do teu coração para eu te amar
Pensar em ti…
É ao teu lado bem acordado estar
É adormecer e ao meu sono eu te aprisionar
É eu ser areia da praia e tu, o meu mar
Para noite e dia o sal dos teus beijos eu provar
Pensar em ti…
É como um anjo perdido, sem o seu céu jamais encontrar
É um apóstolo convicto sem fiéis para doutrinar
É como um Maomé confuso se a montanha deverá visitar
Ou se ele por ela, deverá pacientemente a sua visita esperar
Pensar em ti…
É um poeta desesperado, num fantasma se transformar
Para ele, a imponente porta da tua masmorra, poder atravessar
E com a sua febril poesia, essa tua triste melancolia incinerar
E com as rimas dos seus humildes versos teu coração libertar
Pensar em ti…
É inexplicavelmente acordado sonhar
É no infinito, noite e dia cegamente, te procurar
É descalço, por brasas vivas, ao teu encontro caminhar
Sem que os meus pés se rendam, a dor antes de eu, te encontrar.







A.Soares (apollo11)