domingo, 31 de janeiro de 2010

Cerro os olhos




Cerro os olhos…

O cansaço acaba de me prender

Após mais um dia, de feroz perseguição

Depois de eu, ter-me Invadido logo ao amanhecer

E ter-me embrenhado numa densa floresta de multidão

Tentando desesperadamente, um refugio seguro encontrar

Um refugio onde houvesse talvez…

Dois verdadeiros braços abertos para me receber

Uma acalentadora e meiga voz solta no ar

Que a minha devoluta alma, pudesse vir a ocupar

Um acolhedor e eterno regaço feminino

Onde o meu descalço e esfarrapado coração

Pudesse vir de novo condignamente a bater

Como se fora um mimado e, bem protegido menino

Vivendo cada dia, sem ter a noção, aquilo que é na verdade sofrer

Mas o dia passou…

Sem o meu utópico refugio eu, conseguir encontrar

E num ápice, a densa floresta de multidão

Num escuro e perigoso deserto logo se transformou

Tentei não cair nas armadilhas da sua tão infernal imensidão

Camuflando-me assim, no oco silêncio, que se abatia sobre ela

Mas o ruído exasperante das palpitações do meu coração

Logo, ao meu implacável perseguidor, me denunciou

E como um inofensivo animal, preso a uma desprezível trela

Ele assim, sem qualquer sinal de compaixão, me levou

Até aos calaboiços do desânimo e da estúpida resignação

Onde na fria e solitária cela que é… na verdade a minha cama

A tortura é-me de novo, tão severamente aplicada

Terei então… belos e tão felizes sonhos, até meio da madrugada

Altura em que desperto, e vejo a outra metade da minha cama

Uma vez mais…

Permanecendo vazia e… tão insuportavelmente gelada!




Escrito em, Meppen (Alemanha) 28/1/10
Postado em Blois (França)

Imagem by net Google


A-Soares (apollo_onze)


sábado, 30 de janeiro de 2010

Era uma vez...

Era uma vez…

Uma bela e mimalha flor feminina

Que habitava num enorme jardim tropical

Certo dia uma nuvem negra sobre ela pairou

Daquelas que quase sempre escondem más notícias

E durante alguns meses ela assim, continuou

Fazendo com que, a bela e mimalha flor se muito sentisse mal

Tanto, que ela até, quase por completo murchou

Mas isso felizmente não chegou a acontecer

Porque para além dos seus entes familiares queridos

Também alguns dos seus verdadeiros amigos

Apoio e imenso carinho estavam sempre a lhe oferendar

E assim, a bela flor decidiu então, a nuvem negra enfrentar

Ora umas vezes mais confiante e arrebitada

Outras, mais cautelosa e debilitada

Até que um dia…

Aos poucos e poucos a nuvem negra se dissipou

Eis então que um dos seus melhores amigos de sempre (o sol)

De novo suas lindas e perfumadas pétalas beijou

Numa enorme e incontida alegria

Por voltar a saber sempre que no lindo céu azul ele volte a despertar

Aquela bela e mimalha flor daquele grandioso jardim tropical

Á sua espera estará, para seus ardentes e afectivos raios de sol

Com enorme jubilação e prazer ela, de braços abertos os receber

Para a sua invejável beleza e vitalidade a cada dia vir a rejuvenescer

Hoje…

Felizmente a bela e mimalha flor continua ainda a recuperar

E mesmo que a tal nuvem negra volte de novo aparecer

Ela certamente que heroicamente a voltará afugentar

Pois mesmo que um dos seus melhores amigos (o sol)

Não a consiga por alguns tempos vê-la para muitos mimos lhe dar

Ela… sabe perfeitamente que ele, dela, jamais irá se esquecer

Pois a amizade é algo que muitas vezes não se consegue ver ou tactear

No entanto… ela está sempre omnipresente no nosso aleatório pensar.

E assim…

Verdadeiros e felizes amigos eles… irão para sempre viver.



FIM



(Desculpe minha querida amiga RosaDsaron, esta minha pobrezita história de afecto mas… escrevia-a com muito carinho e sincero espírito de solidariedade para consigo. Desejo-lhe uma rápida e indolor recuperação pois, os teus fãs estão todos ansiosos pelos teus novos lindos e líricos textos voltar a ler, apreciar e a comentar. Mil poéticos beijinhos deste seu sincero amigo que… se fosse um sol, todos os dias eu, abraçava e beijava com imenso carinho e alegria, todos aqueles que me são muito queridos.)


Escrito em, Herning (Dinamarca) 26-01-10
Postado em, Orleans (França)

sábado, 16 de janeiro de 2010

Acordo sem ti




Acordo sem ti
No meio do nada
Numa nau naufragada
Á imenso tempo encalhada
Nos rochedos de uma praia amaldiçoada

Acordo sem ti
Embrenhado no mofo da solidão
Com os olhos remelentos de tanta sofreguidão
E os lábios secos castigados pela minha obstinação
De ainda acreditar que tu não passas de uma ilusão

Acordo sem ti
No meio de uma grande tempestade
De enormes ondas de muita prosperidade
Que tentam afogar toda esta ambiguidade
E o vento, esse que sopra com tanta velocidade
Tentando me empurrar para a pura realidade

Acordo sem ti
Agarrado á tua almofada
Ela está tão fria e tão desbotada
Olho pela pequena vigia enferrujada
Apenas vejo o vazio e a cinzenta alvorada

Acordo sem ti
Ouço o som da tua voz chamando por mim
Vinda do infinito da minha profunda alucinação
Claro que não és tu que chamas por mim
A voz que escuto apenas é, o eco da minha imaginação...




Imagem by net (Google)

A.Soares (apollo_onze)


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Amar-te poderia ser...




Amar-te poderia ser…

Eu, teu nome, a cada minuto poder dizer.

Ver o teu belo e doce sorriso

desde o teu bem-disposto acordar

até ao teu tão sereno adormecer.

Amar-te poderia ser…

No teu sonho eu poder penetrar

para nesse teu misterioso paraíso

eu… teu único arco-íris ser!

Amar-te poderia ser…

Em constante delírio viver.

E a cada dia com mil carinhos

teu rutilante coração preencher.

Amar-te poderia ser…

De teus doces e húmidos beijos

dessa tua melífera boca, eu sempre poder provar

e em autênticos remoinhos de vento

nossos desenfreados e infinitos desejos

a todo instante conseguir transformar!

Amar-te poderia ser…

Por ti… nunca ter de sofrer.

Sempre que eu, despedisse-me de ti

uma única lágrima, nunca ter de verter.

Amar-te poderia ser…

Tudo isto eu na realidade viver

Sem que estas minhas delirantes palavras

Eu… jamais ter… de continuar a escrever.


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“O amor é como um sonho. Nasce sem querer alojando-se de imediato, no nosso coração até ele, deixar de para sempre bater”. (apollo_onze)



Imagem by net (Google)

A.Soares (apollo_onze)