quarta-feira, 19 de novembro de 2008

SEM SENTIDO

Queria hoje ir até ao fim
De tudo e até de mim
Queria o inicio eliminar
Para o fim tentar modificar

Queria o meu próprio sol desenhar
Para num outro futuro, o por a brilhar
Queria os céus todos os dias surpreender
Com mil arco-íris sem uma nuvem negra se ver

Queria o universo numa mão ter
E na outra uma bela estrela acabada de nascer
Queria a lua de vermelho rosa pintar
Para na escuridão da noite, um pôr-do-sol eu deslumbrar

Queria o meu coração numa chave invisível transformar
Para todos os prisioneiros do silencio eu libertar
Queria uma solução eficaz nos manuais do amor aprender
Aquela que ensina amar, sem nunca a dor ter de conhecer

Queria hoje uma lágrima da minha saudade num deserto derramar
E amanhã, no lugar dela, um belo oásis eu, conseguir encontrar
Queria no Árctico do meu coração, uma fogueira acender
Para os meus cristais de gelo, em centelhas de paixão converter

Queria ser quem sou e não apenas ter que parecer
Pois não queria na minha sombra, nunca ter de me esconder
Queria o meu futuro por tentativa de extorsão hoje denunciar
Para ele amanhã, da minha ingenuidade, não voltar-me a chantagear

Queria num só sentido sem medo caminhar
Para na contra-mão da vida, com os meus erros, não ter de chocar
Queria aquilo que aqui escrevi, a um determinado sentido submeter
Mas SEM SENTIDO este texto terá objectivamente de assim morrer...

A.Soares (apollo11)

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