segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Chuva Outunal




















Oh… Outono seco e morno!

Porque enches tu o meu coração de saudades?



Saudades…

Das tuas manhãs envoltas em mil véus de neblina

Das tuas… tão ventosas e semi-frias tardes

Nas quais eu enamorado bem no alto daquela idílica colina

Cortejava aquela minha bela donzela de um jeito eloquente

Tal qual a um acto teatral do romance “Romeu e… Julieta”

 Diante de uma plateia de folhas vestidas de cores outonais

Que ora assistiam inertes ora… numa estonteante coreografia

Sob a majestosa sinfonia dirigida pela batuta do maestro vento!



Saudades…

Daquela tua copiosa chuva que de quando em vez… se abatia

Sob os meus apaixonantes passeios pelos jardins dos meus sonhos

Onde tu… no vestido branco da minha bela donzela penetravas

E assim todo o seu sensual corpo tu… pouco a pouco o moldavas  

Tal qual um escultor esculpindo a mais bela das suas obras d’arte 

A qual eu… na sua tão imaculada beleza a sede do meu amor saciava

Depois de despirmos todas as nossas roupas ultra encharcadas

E sob aquele portentoso e aveludado tapete persa estendido no chão

Nós entregávamo-nos a um frenético ritual de amor e pura sedução

Enxaguando os nossos húmidos e arrepiados corpos em ardente paixão

Onde nem as vivas chamas da lareira perto de nós conseguiam suplantar

O poderoso calor que aquela louca paixão conseguia de todo emanar!



Saudades…

E uma vez mais… daquela tua forte chuva que em certas noites

Tu… as vidraças das janelas do meu utópico quarto fustigavas

Demonstrando o teu ciúme por não seres tu o verdadeiro eleito

Para naquele leito… coberto de pétalas de perfumadas rosas amarelas

Seres tu… a amar… prometer… confessar… partilhar e feliz adormecer

Na companhia da… mais bela das donzelas que reino algum do amor

 Alguma vez já conheceu ou… virá sequer vir a conhecer!



Ai que saudades!

De um verdadeiro Outono.

Saudades de ver a sua maravilhosa e sedutora chuva a cair sobre mim

Isto porque…Talvez ela… seja a verdadeira alma gémea de mim

Ou quem sabe se eu… na verdade tenha um louco ciúme dela (chuva)

Por eu… na realidade não ser o único loucamente apaixonado por ela.



 Ai que saudades…

Daquela minha tão copiosa e… bela chuva Outonal!




Escrito em 29/10/11  Cloppenburg (D)

Music by Phil Collins in - "I Wish It Would Rain Down"

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1 comentários:

Anônimo disse...

Chegada de Washington, após uma viagem meio turbulenta e azarada bem... nada melhor que antes de deitar-me no meu solitário leito, ler este eloquente desejo dissimulado neste teu belo poema . Pois é... e lamento desapontar-te que tu, não és o único a estar apaixonado por essa tal "copiosa e doce chuva outonal" porque eu também o sou! Assim como sou apaixonada, pelas maravilhosas prosas que tu, meu querido poeta e amigo escreves.
Adormecer assim, é como que mergulhar no lago ardente e cristalino das tuas tão apaixonantes palavras. Ou seja... é simplesmente maravilhoso!
Bom feriado para ti, meu doce e terno amigo poeta.

Beijos com imenso carinho e muita saudades tuas!

A.L

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